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terça-feira, 11 de maio de 2010

Capítulo I - A Menina da Maça Vermelha

Este capítulo passa-se entre 1510 e 1536 e relata a infância de Beatriz de Luna, nascida em Portugal filha de famílias judaicas que tinham de esconder as suas crenças e fingir-se católicos, e do seu sobrinho, cinco anos mais novo que virá, já velho, a contar esta história. Os seus nomes verdadeiros são: Gracia e Yusuf Nasi.

Os pais já tinham sido expulsos pelos Reis Espanhóis, que tinham proibido a religião judaica e em Portugal eram obrigados a converter-se , a mudar de nome, pagavam para se estabelecerem até que houvesse alguém que em nome de Deus os expulsasse, novamente. Estavam condenados a fugir.

Era D. Manuel I quem reinava e as opções que dava aos judeus que vinham para Portugal eram, ou se convertiam ao catolicismo ou fugia.

D. Manuel I

Os judeus eram vistos como os culpados pelas pestes que assolavam o país e alguns católicos tinham visões de santos que lhes exigiam o sangue dos culpados.

Beatriz tornou-se ama de João e este que tinha uma grande paixão pelo mar, pelos navegadores e pelas suas embarcações conseguia “arrastar” a sua tia para o porto de Lisboa e era lá que passavam os seus dias, onde podiam testemunhar a chegada dos grandes navegadores que atracavam depois de conquistarem o desconhecido. Ali no “universo mágico e infinito do porto” além da chegada dos conquistadores, do desembarque de todos os produtos vindos do além-mar, João descobriu também o amor, pela sua jovem tia que lhe prometera que um dia o ia levar na sua carraca.

Tudo corria bem até ao dia em que Beatriz ficou noiva e se casou com Francisco Mendes, João ficou muito triste e sentiu-se traído por Beatriz. Francisco e o seu irmão Diogo partilhavam entre si um império de pedras, encaminhamento das especiarias dos portos até às feiras, bancos de depósitos, letras de crédito e passagem de dinheiros pelas fronteiras, tudo isto lhes dava estrema influência mas não evitava a perseguição feita pela Inquisição aos Cristãos-novos. Qualquer coisa servia de pretexto para prender os Marranos, que acusavam de ser “judaizantes” ou seja, de praticar secretamente o judaísmo.

A situação estava difícil mas os tempos tendiam a piorar pois o reino pressionava o Papado para implantar a Inquisição para Portugal, que era uma “reforma” religiosa que avançava rapidamente implementada por Martinho Lutero que pregava que só a fé podia salvar o cristão. Alguma nobreza começou a aderir a este movimento e a divu
lgar as suas ideias.

Martinho Lutero

Enquanto se instalava a Inquisição em Portugal e a situação dos judeus piorava, morre Francisco Mendes, e Beatriz que no dia do casamento tinha prometido ao seu marido, guarda o coração do falecido numa caixa para o poder mais tarde enterrar na Palestina, no Vale de Josafate.

Beatriz herdou metade do império dos Mendes e teve de assumir os deveres do seu cargo e decidiu, perante todas as dificuldades, partir com a sua família para Londres.

Toda a história é narrada por João/Yusuf/Josef já velho, que recorda a história da sua vida com a sua Senhora.

1 comentário:

  1. Seria conveniente que começassem a identificar as imagens que vão postando no vosso blog...

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